Analisando-se a tabela 3.1, notamos que ao utilizar-se esse classificador como função critério,
freqüentemente foram selecionadas as características 5 e 6. Isso parece um
fato inesperado, já que nesses características as duas classes possuem a mesma
média. Porém, há dois fatores que contribuem para isso: o fato da
classe ser muito compacta e o fato de que esse classificador ter
sido treinado com
dos padrões e testado com os
restantes. Como os
padrões foram gerados aleatoriamente, muitas vezes o protótipo das duas
classes não coincidem, com isso, o classificador cria uma fronteira de decisão
que acaba propiciando um bom resultado, já que a grande maioria dos padrões da
classe
fica concentrada a um dos lados da fronteira de decisão. De
qualuer forma, os resultados obtidos por esse classificador ao utilizar as
características 5 e 6 são um tanto aleatórios.
Os resultados de classificação obtidos (tabelas 3.2, 3.3 e 3.4) mostram que a distância nebulosa baseada em tolerância permite a obtenção de um bom desempenho para conjuntos côncavos ou com conjuntos apresentando sobreposição entre classes diferentes. Após uma analise desses resultados, a seguinte questão pode ser levantada:
Conforme mencionado anteriormente (e também em [Campos et al., 2001]), a distância nebulosa utilizada é calculada de tal forma que seja considerada uma bola em torno de cada padrão dos conjuntos em que tal distância está sendo medida (vide equações 3.36 e 3.37). É calculado o ínfimo da diferença entre o grau de pertinência de todos os pares de padrões que se encontram nessa vizinhança. O resultado da distância entre dois conjuntos nebulosos é dado pelo somatório dos resultados obtidos para todas as vizinhanças existentes (há uma vizinhança para cada elemento dos conjuntos). A figura 3.19 ilustra a vizinhança nas características 5 e 6 mencionadas em [Campos et al., 2001], sendo que a região clara representa a distribuição da classe , enquanto a região escura representa a distribuição na classe
.
Por isso, a influência do processo de ``fuzzyficação'' e do suporte dos
conjuntos nebulosos no resultado final da distância não é tão grande quanto a
influência das áreas em que há sobreposição entre a distribuição dos padrões
de classes diferentes, ou seja, é dada mais importância às áreas de
sobreposição do que à forma dos aglomerados. Conforme mencionado
anteriormente, dizemos que um conjunto de distribuições de classes possui
regiões de ``sobreposição'' quando existem tais
que bola
engloba padrões de mais de uma classe. Por isso,
nas características 5 e 6, o resultado final da métrica entre a classe
e a classe
foi maior que nas características 1 e 2, mesmo com os suportes desses dois conjuntos nebulosos encontrando-se tão próximos nas características 5 e 6. A figura 3.20 mostra a região de sobreposição existente entre as duas classes nas características 1 e 2.
Na seção 5.3, está descrita uma nova função critério inspirada na distância nebulosa baseada em tolerância. Essa função mede a separação entre mais de duas classes de padrões sem precisar associar o resultado de medições entre todos os pares possíveis de classes. Também foram realizados testes com dados reais com o objetivo de aperfeiçoar um método de reconhecimento de faces.